Igreja Presbiteriana do Paraná

Disposta a impedir adesão de seus seguidores a candidatos alinhados à esquerda, a Igreja Presbiteriana pretende criar uma comissão interna para que os fiéis sejam orientados a se afastar do “comunismo” e daquilo que os líderes classificam como “nefasta influência do pensamento de esquerda”. A igreja abriu os púlpitos para a campanha de Bolsonaro.

A proposta será tratada no Supremo Concílio da igreja entre os dias 24 e 31 de julho, em Cuiabá. A cúpula da Igreja é majoritariamente conservadora e alinhada a Bolsonaro.

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que foi preso por corrupção na sua gestão como Ministro da Educação, além de ter sido flagrado com uma arma oculta dentro de sua Bíblia que disparou no Aeroporto de Brasília, é um dos líderes da igreja. O ministro do Supremo, André Mendonça, indicado por Bolsonaro, também é da mesma igreja.

A cúpula presbiteriana sugere a criação de uma comissão formada por altos dirigentes “que apresente a contradição entre Marxismo e suas variantes com o Cristianismo Bíblico” e “que as igrejas espalhadas pelo país, orientem os declarados ‘cristãos de esquerda ou progressistas’ de suas inconsistências.”

O presbiterianos, estudam tanto a Bíblia, declaram aos quatros ventos, terem os melhores estudos em Teologia, mas a cada dia que passa nestes tempos incertos, mostram que não entenderam nada do Evangelho.

O que mais me impressiona ainda, é o fato de lideranças fascistas da igreja (não confundir fascistas com conservadores) terem a visão extremamente curta da realidade, não medindo as consequências da implantação um projeto de natureza claramente fascista.

Conheço a Igreja Presbiteriana e muitos de seus membros e sei seguramente, que muitos de seus membros votarão em Lula e na esquerda. Outros são simplesmente a favor do “Fora Bolsonaro”.

Portanto uma comissão que tem por objetivo direto atingir a individualidade de seus membros, rejeitar aqueles que se identificarem com o projeto da esquerda no país, com certeza provocará uma crise interna de grandes proporções no seio da igreja.

Vai gerar inclusive uma judicialização pelos templos do país, a cada vez que houver uma contravenção constitucional motivada por esta resolução ou comissão interna.

Um dos erros mais básicos e ignaros é comparar uma gestão do PT e de Lula com uma gestão marxista. O PT é um partido de esquerda que aplicou uma gestão de 14 anos no Brasil claramente Social Democrata. Uma gestão marcada por certa medida de liberalismo, mas com ênfase no Estado de Direito e Social.

Foram os anos em que mais cresceram a industria, as exportações, o sistema financeiro, o emprego e o PIB brasileiro. A liberdade religiosa e a cidadania foram plenamente aplicadas e amparadas por uma Constituição também cidadã.

Em que lugar do mundo isso é comunismo?

Não há nada de comunista ou marxista em Lula. Isso é uma grande mentira que as lideranças da Igreja Presbiteriana compraram por causa de seus interesses de poder na República. Esse é o fato,

E posso declarar com toda a certeza que um verdadeiro Cristão jamais apoiaria Bolsonaro, a não ser enganado, equivocado. Se não está nessas condições, então age de má-fé e portanto nunca poderia ser um verdadeiro Cristão. Mais a frente, escreverei um texto especificamente sobre esta matéria.

Para definir e concluir. O único resultado que a igreja conseguirá com esta aberração é uma crise interna, judicialização e evasão de muitos membros que não aceitarão este tipo de imposição pelas lideranças, o que inclusive diminuirá o tamanho da igreja no Brasil.

Moral e quantitativamente.

Ou seja, um grande tiro no pé.

Fato é que, o púlpito das igrejas é espaço exclusivo para a Palavra de Deus e não para questões e imposições ideológicas seculares ou disputas políticas eleitorais.

Isso com certeza é uma grande heresia.

Estou estupefato.

Foi aberta a temporada de caças as bruxas na Igreja Presbiteriana. Voltamos ao século XVII!

Eliseu Mariotti


Poucas pessoas do meu círculo atual sabem, mas nos anos 90 tive um sebo/livraria no Rio de Janeiro. Era uma época difícil e a feliz solução foi trabalhar com algo que sempre amei.

Livros.

Portanto, tenho uma ligação com livrarias que vai além do intelectual e cultural, atingindo totalmente o meu emocional.

Meus sebos ficavam na rua São Clemente em frente ao Cine Estação Botafogo, na UERJ e na UniRio, que ficava na Urca e na época o Pinguelli Rosa era figura proeminente na Reitoria. E salvo engano, foi mesmo o Reitor da nobre instituição.

Minha livraria, a Orelha de Papel (era sua alcunha, quase uma entidade viva), possuia uma carteira de mais de 6 mil livros usados, raros, antigos e históricos. Vendia livros novos também, principalmente os que eram necessários as disciplinas das faculdades.

Para meu prazer, foi uma época profícua em títulos literários e que eu, ávidamente devorava em 3 dias no máximo. Muitas belas recordações, amores e amizades inesquecíveis.

Para minha infelicidade, todas essas lembranças foram reavivadas em minha memória quando acordei hoje pela manhã. Infelicidade, porque as lembranças foram reavivadas por uma das notícias mais tristes que tive nos últimos tempos, depois do falecimento de minha genitora no dia 26 de março deste ano e do incêndio do Museu Nacional (a ordem é organizada pela importância do evento e não pela cronologia).

A livraria Belle Époque, tradicional livraria e sebo do Méier, na zona norte da capital fluminense, sofreu um incêndio na noite desta quinta-feira (21/7), em que tragicamente foram consumidos pelas impiedosas chamas, milhares de títulos valiosíssimos e raros.

A livraria que visitei em 2014 quando retornei a cidade, é reduto de escritores periféricos no Rio e espaço de encontros literários e feiras.

Ninguém ficou ferido. Somente os nossos corações.

As chamas que queimaram dez mil livros, discos, cds e antiguidades foram registradas pelo livreiro Ivan Costa, 41, proprietário do espaço, em um vídeo postado nas redes sociais.

"Acabou tudo. Pegou fogo. Meu sonho acabou", disse, aos prantos, ao filmar o incêndio. "É uma dor gigante. Queimou um sonho para mim. Estou com a face inchada de tanto chorar", afirmou à reportagem, na madrugada desta sexta (22).

Entre as antiguidades destruídas estão bilhetes da época da transição do trem a vapor para o trem elétrico, um fato histórico para o subúrbio carioca.

Foram queimados, entre outros, exemplares sobre críticas e estudos literários, alguns deles dedicados ao escritor Machado de Assis, uma espécie de símbolo da Belle Époque.

Em 2020, a foto de um anúncio da livraria foi compartilhada por milhares de pessoas: "Temos Machado de Assis proibidão", dizia o texto em um quadro na entrada do estabelecimento. Era uma ironia à tentativa da Secretaria de Educação de Rondônia de recolher livros de escolas públicas por considerá-los inadequados para crianças e adolescentes. Entre os autores que faziam parte da lista proibida estava Machado de Assis.

Não dá para negar que passou pela minha cabeça, e talvez de muitos outros amantes da literatura, o fato de que o incêndio tivesse sido criminoso, em tempos que tudo que é ligado a cultura é alvo da sanha e da violência bolsonarista, e claro, tinha uma placa com o nome de Marielle bem na frente. 

Mas Ivan acredita que o fogo começou na fiação, pois na quinta um ventilador queimou, o que leva à suspeita de que havia algum problema nas instalações elétricas.

O destino quando trágico, em muitas vezes é inexplicável e de difícil compreensão.

Inevitável me perguntar, com um sentimento de fatalidade e tristeza, porquê em época de desvalorização dos livros no Brasil e superestimação dos clubes de tiros, uma realidade que já tem gerado muita violência, a fatalidade escolhe devorar justamente uma (maravilhosa e simplesmente única) livraria, até restar somente cinzas.

Que a restauração da livraria Belle Époque seja emblemática em tempos atuais, seja significativa, seja simbolizando os bons tempos que serão restaurados, ainda melhores, na vida do povo brasileiro.



Bolsonaro é um ator de quinta. Dos piores. Sua intenção está clara. Ele quer pautar o golpe nas agendas da mídia, das instituições civis, do Congresso, do Judiciário e principalmente da Oposição.

Olho a esquerda e a direita e vejo o medo se espalhando. O medo de uma ruptura institucional que só vai ocorrer, se embarcarmos na paranóia e no ataque frontal a Bolsonaro.

Não se fala mais em outra coisa, tanto na mídia corporativa, como nas ditas mídias independentes e também na sociedade civil.

A ordem do dia nas redações, corredores e declarações são as intenções golpistas de Bolsonaro, depois que passou o maior vexame registrado na vida política brasileira pós ditadura. O famoso data show para os embaixadores dos países amigos. Conseguiu ultrapassar o mico do Collor quando foi a tv, antes do seu impedimento, apelar para o "não me deixem só".

De repente, instituições que já deveriam ter apontado e exigido a punição dos crimes de Bolsonaro e seus filhos, desde o início deste pérfido mandato, de repente, quando o delinquente coloca o Brasil numa posição vexaminosa perante o mundo, resolvem reagir.

A última hora é a hora errada sempre, para qualquer reação. Ou se age de modo preventivo, advertindo o protagonista desse roteiro burlesco com medidas repressoras já no início do mandato ou se espera acontecer o que todos imaginam.

Porque? Vão me perguntar os afoitos e desesperados de última hora.

Óbvio e ululante. Não se sofre por antecipação.

Desde que tomou posse, Bolsonaro vem cometendo crimes de responsabilidade, de improbidade, de corrupção, de atentado contra as instituições democráticas e ninguém fez nada, excetuando obviamente os inumeráveis pedidos de impedimento no Congresso, que Lira, o cachorrinho corrupto do presidente engavetou sem a menor cerimônia ou parcimônia.

Mas isso foi a Oposição no Congresso, que sempre fez o papel dela.

Mas das instituições jurídicas e organizações civis, escutamos apenas voto de repúdio e cinco dias para o Planalto explicar ao Supremo, suas ações criminosas e de traição ao país.

E o STF? Que quando recebeu esses pedidos de impedimento se omitiu ´por unanimidade.

Enfim, estranhamente, só agora todos estão alarmados com a real possibilidade de um golpe e a Oposição também está se deixando levar por esse chamado ao caos da Nação.

Sim. Chamado ao caos. Ainda não é hora de ocupar as ruas. Não aconteceu golpe o ainda. Agora a hora é de campanha eleitoral e trabalhar para a vitória do Lula ainda no primeiro turno.

Tudo que o Bolsonaro quer não é ganhar a eleição. Mas impedir a vitória de Lula, que deslegitimaria qualquer pauta de golpe ou suspensão das eleições.

Neste momento mesmo, Bolsonaro não tem nada que o apoie num suposto golpe. Se ele tentar a preço de hoje, sairá algemado do Planalto e irá direto para a prisão. Da mesma forma, se Lula vencer as eleições, Bolsonaro não conseguirá ter sucesso numa tentativa de golpe.

E se entrarmos no jogo do alarmismo, sofrendo antecipadamente por algo que não ocorreu, começar a traçar e praticar estratégias de pressão contra o que ainda não existe, simplesmente essas estratégias perderão sua força de reação quando e se, realmente ocorrer uma ruptura democrática.

Porque não adianta sofrer agora sem nada acontecer, e se há uma real intenção de Bolsonaro contra a Democracia, da qual ele se beneficiou e muito,  isso vai acontecer de um jeito ou de outro. Então as ações motivadas por medo e paranoia não são as melhores soluções.

Uma eficiente e forte campanha eleitoral que una todos os setores democráticos da sociedade brasileira e que chame o povo para uma vitória ainda no primeiro turno é o único caminho viável para evitar que se consume o golpe.

Claro que a mídia , as instituições, o judiciário e outras organizações da sociedade civil, junto com os militares democráticos, devem fazer Bolsonaro sangrar até as eleições, sem realmente ataca-lo mortalmente, porque deste modo ele reagirá como um animal acuado, ou pelo menos ele encenará essa condição e tentará realmente um golpe desesperado no meio do caos.

E nada me convence o contrário de que é exatamente isso que ele quer.

Essas. na minha humilde visão são as estratégias ideais para proteger a Democracia até as eleições. Pressão psicológica em peso pra cima do delinquente, o que já ocorre, e uma eficiente campanha eleitoral que possibilite a vitória de Lula no primeiro turno.

Agitação social é o que menos o Brasil precisa neste momento.

A solução para sairmos desse atoleiro é manter e defender a paz social no país.

Para isso, um dos lados não pode partir para a briga institucional e irracional, propriamente dita, antes das eleições.

Bolsonaro por si só, se enterrará na própria cova.

Que venham as eleições!

Eliseu Mariotti


Nos últimos 3 anos, dados de ongs e organizações públicas de defesa da Mulher mostram que no Brasil o número de delitos contra as mulheres triplicou. Passou de 271.392 registros para de 900.000 delitos.

Apenas entre março de 2020, mês que marca o início da pandemia de covid-19 no país, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis completos, foram 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino.

O Brasil teve um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas em 2021 e esse número não parece mudar no início do terceiro mês de 2022.

As comemorações do 8 de março, que marca o Dia Internacional da Mulher, tem parecido mais com o DIA NACIONAL DAS ESTATÍSCAS DE VIOLÊNCIA CONTRA  MULHER.

Claro que, há os eventos de organizações pela Mulher, com palestras, informações, cobrança do Poder Público por mudanças neste quadro bastante trágico de violência contra a Mulher.

8 de março é um dia importante de luta pela proteção a vida da Mulher, de inclusão social, de isonomia no mercado de trabalho, de luta pelas Mulheres do Campo, mas é exatamente um dia de comemoração? 

Como homem, tristemente não vejo motivos para comemorar. É cada vez mais urgente buscar e apregoar os motivos para lutar e mudar a mentalidade machista e violenta de nossa sociedade.
Uma Mulher estuprada tem vergonha de ir a uma delegacia, principalmente se não for Delegacia da Mulher, prestar queixa, por causa de delegados e agentes notoriamente machistas. 

Passa muitos anos com essa dor dentro de si, e muitas vezes a leva consigo deste mundo (isso quando tem morte natural). Principalmente quando o agressor vem do seio da família. O que diremos das meninas crianças que são abusadas e violentadas perdendo a inocência da infância e relegadas a ter o resto de sua vida com sérios problemas psicológicos, de relacionamento, várias se tornando incapacitadas até mesmo de construir uma família?

Há sim e que bom, várias delas, que conseguiram e conseguirão superar o trauma e tocar a vida, mas sempre carregarão essa dor consigo. E nem todas são assim.

O mais notável, é que estes número aumentaram durante o governo Bolsonaro, que tem estimulado a violência em todos os níveis, mas as mulheres, tem sido uma das categorias que mais sofreram com essa política excludente e machista.

E não passa pela minha cabeça, um sentido de compreensão sequer, sobre a atitude de muitas mulheres que ainda defendem um governo machista, misógino e violento, que em nenhum momento, mostra empatia pelo sofrimento da muitas mulheres brasileiras. Muito menos de implantar ações que coíbam esses sofrimento.

A Damares, aquela da goiabeira, cuja alucinação, foi fruto exatamente  do abuso e estupro sofrido por ela, me impressiona o distanciamento dela pela luta das mulheres neste país. Me impressiona a defesa que ela faz do machismo brasileiro usando as próprias Escrituras Sagradas para justificar a misoginia e total submissão das mulheres aos homens que as oprimem e as matam.

Quando ela estava em cima da goiabeira, alguma coisa no cérebro dela explodiu e não teve mais conserto. É o que eu posso imaginar. Não vejo outra possibilidade. Ou sendo mais simplista, independente do que aconteceu com ela, ela é mal caráter, corrupta e faz qualquer coisa pelo poder.

Não sei. Não quero crer nisso. Mas será?

Finalizando, pode parecer que não o que comemorar no Dia das Mulheres. 

Mas eu insisto em comemorar a Mulher, por existir, por me fazer existir, por me dar Amor, Por dar Amor ao Mundo, porque mesmo em situações adversas, ela submerge e retorna a superfície mais forte do que nunca, Nunca desiste do seus sonhos, apesar das tentativas de uma sociedade cruel e excludente de torna-los pesadelos, e a despeito disto nunca deixará de ser uma guerreira e lutará sempre por aquilo quer. 

Os Sonhos de uma Mulher nunca morre e o mundo não poderá jamais matar a Mulher. É simples. Sem ela não existimos e nossa raça perecerá.

Da Mulher veio e vem a Vida Eterna para a humanidade.

Homenageio, admiro e coloco num pedestal todas as Mulheres do Brasil e do Mundo. E todo homem deve saber que é sua obrigação, estar sempre ao lado delas para proteger, para ajuda-las a realizar seus sonhos, por muitos motivos. Mas um deles só já basta:

A Mulher é a mãe da humanidade.

Eliseu Mariotti

Jornal GGN

Por Carolina Maria Ruy

Ataques, intimidação, cerceamento, manipulação da opinião pública, cooptação, forças que avançam para o outro lado do globo, disputas indiretas de poder. São temas que tomaram conta do noticiário neste início de 2022 e que muitos analistas comparam ao fim Segunda Guerra Mundial em 1945.

Mas não é preciso ir tão longe. Depois que os aliados decretaram a vitória sobre a aliança do eixo, colocando um ponto final no projeto nazista de Adolf Hitler, as práticas descritas acima voltaram-se para outros alvos, pavimentando um projeto de dominação dos Estados Unidos da América pelo mundo. Um projeto que se mantém sob as mesmas bases desde o lançamento de duas bombas atômicas no Japão.

A expansão e consagração da doutrina neoliberal contou não só com o militarismo ostensivo e implacável, mas também com o controle da indústria cultural e de comunicação, o que torna difícil a vida dos ocidentais que buscam uma visão crítica, realista e menos tendenciosa dos eventos. Resta a nós pesquisar, filtrar e interpretar.

Dito isso, para entender melhor a geopolítica dos últimos 77 anos sugiro a série “A Guerra do Vietnã – Um Filme de Ken Burns e Lynn Novick”. Com vídeos originais e riqueza de detalhes a série documental se aprofunda na história. Ela mostra a progressiva participação dos EUA no conflito. Revela mentiras que o governo sustentava e como eles tentaram de todo modo esconder dos conterrâneos os horrores promovidos pelo Exército como os repetidos lançamentos de Napalm em ataques aéreos, devastando aldeias inteiras e provocando efeitos ambientais sentidos até hoje, mais de 45 anos depois.

Interessante notar que entre 1955 e 1975, período em que se estendeu o conflito, passaram pelo governo americano presidentes democratas e republicanos, do badalado John Kennedy ao repulsivo Richard Nixon. Entre muitas outras coisas a série mostra que na Casa Branca sabia-se da derrota muitos anos do país se retirar e que eles mantiveram o Exército em combate “70% para não saírem humilhados, 20% contra a China e 10% pelo Vietnã” como afirmou um dos entrevistados.

Mostra também o massacre em My Lai, revelado ao público através das fotos de Ron Haerbele, gravações que expõe o desdém que Nixon tinha pelo Vietnã e a espetacular queda de Saigon.

Haerbele, o fotógrafo, desembarcou na aldeia de My Lai na manhã de 16 de março de 1968, junto com uma unidade do Exército. Em novembro de 1969 uma reportagem do jornalista Seymour Hersh driblou a tentativa do governo de encobrir o massacre e divulgou as fotos e os relatos sobre as forças americanas arrasando o vilarejo estuprando, torturando e matando a sangue frio centenas de civis, entre idosos, mulheres e crianças.

Aquele não foi o único caso desse tipo na Guerra do Vietnã, mas My Lai tornou-se emblemático por causa fotos chocantes de Haerbele. Passados 50 anos, em março de 2018, ele disse à revista Time que ouviu comandantes dizendo aos soldados que chegavam no Vietnã que a vida não tinha significado para os vietnamitas, que eles não eram humanos.

Mas, embora apresente todo o horror daquele triste episódio que marcou a segunda metade do século 20, o documentário reforça sua mensagem de pesar para os quase 60 mil soldados estadunidenses mortos, desprezando os mais de 1 milhão de vietnamitas que perderam a vida.

De qualquer forma é um material rico, bem organizado e que oferece um bom panorama cronológico. Se for bem lida a série deixará claro o caráter beligerante dos EUA quando o assunto é expandir seu poder em regiões muito distante de suas fronteiras.

No texto O Vietnã foi aqui (Revista Fapesp, julho de 2004) a jornalista Ruth Helena Bellinghini diz que “antes de oficializar sua presença militar no Vietnã, os EUA suprimiram todos os governos que, por linha política ou econômica, pudessem contestar de alguma forma seu ideário”. “Não é coincidência que o golpe militar no Brasil tenha ocorrido em 31 de março de 1964 e que a intervenção militar americana no Vietnã tenha início em agosto. Eles primeiro resolveram a situação da América Latina e partiram para a guerra aberta na Ásia”, diz.

Parte essencial desta política de dominação é manipular as informações. A história mostra que o ângulo das narrativas dominantes na imprensa ocidental muda dependendo de qual lado os EUA está. Se o país está atacando, as vidas de pessoas inocentes são relativizadas e a questão política é ressaltada. Se o país ou seus aliados estão sob ataque a cobertura ganha um enfoque mais intimista com o pretexto de despertar a compaixão humana contra o conflito. O tom da cobertura durante os 20 anos em que os EUA devastaram o Afeganistão, por exemplo, foi mais político do que humanitário.

Comparando a série às notícias atuais sobre o avanço das tropas russas na Ucrânia, vemos como o projeto de poder estadunidense se apoia na coerção de governos, no patrocínio de golpes de estado, na expansão geográfica de sua doutrina e no cerceamento de países pelos quais se considera ameaçado.

Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical

Fonte: Jornal GGN



O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou hoje, quinta-feira, 3, nota de pesar pelo falecimento do cientista Luiz Pinguelli Rosa. Veja abaixo:

“Luiz Pinguelli Rosa foi físico, cientista, professor e profundo conhecedor do sistema elétrico brasileiro, trabalhando e defendendo incansavelmente o desenvolvimento social, econômico e tecnológico do Brasil, e o avanço da ciência e a segurança energética do nosso país.

Foi presidente da Eletrobrás no meu governo e diretor da Coppe-UFRJ, instituição fundamental de pesquisa do nosso Brasil, por exemplo no desenvolvimento das tecnologias que permitiram a exploração do pré-sal.

Pinguelli Rosa deu imensa contribuição para a evolução e defesa do sistema energético brasileiro, que hoje está sob ataque de entregadores do país. Fará grande falta ao Brasil.

Meus sentimentos e solidariedade aos seus familiares , alunos e amigos”.

Luiz Inácio Lula da Silva



É guerra na Europa. Não é a primeira desde 1945, como se ouve muito na imprensa chapa branca hoje em dia, porque teve a guerra sangrenta e genocida da Iugoslávia.

E além do fato, isso em si já grave e assustador, o debate tem sido tumultuado entre a esquerda com ela mesma e também a direita com ela mesma. É a primeira vez que os tons discordantes, estão colocando do mesmo lado, especificamente sobre a guerra Rússia/Ucrânia, direitistas e esquerdistas, a favor ou contra a Rússia, e que perturbam a narrativa da realidade nua e crua da guerra na Europa.

Meu posicionamento sempre foi estar do lado daqueles que se opõe e reagem a expansão do império estadunidense e que lutam contra países neonazistas/nazistas. Portanto nesse caso, a Rússia conta com parte de minha simpatia.

Mas ouso entregar-me a uma reflexão que me coloca na frente do espelho e que me questiona sobre o fundamentalismo de minhas posições a partir de uma declaração do Lula sobre a guerra na Europa.

-"Basta de guerra, queremos, paz, queremos trabalho, queremos liberdade e queremos respeito, e quem sabe a gente possa construir um mundo melhor."

Isso me faz ver no espelho que não sou apenas Rússia contra a Otan e ponto final. Não. Sei que a questão russa sobre a segurança em suas fronteiras é algo de essencial importância. Mas é bom não esquecer que a Rússia é uma ditadura capitalista, a seu modo tem uma política imperialista no Leste Europeu.

Então talvez pelo menos a esquerda brasileira tenha de encontrar uma convergência no discurso e narrativas sobre a guerra e que nos faz ser distinguidos da narrativa da direita que não está subserviente a agenda de Washington. Porque mesmo assim, é direita e direita não pensa no povo e nem nos trabalhadores. Não comungamos com eles.

Tem havido comunicados que mostram posicionamentos da esquerda em vários países.

-"Os maiores perdedores da guerra são os trabalhadores, os pobres, as mulheres e os jovens."

Comunicado de vários partidos socialistas da Turquia e do Norte do Curdistão . Os povos não têm de escolher entre a OTAN, por um lado, e a Rússia, por outro. Em vez disso, temos de estar ao lado das pessoas em todo o mundo que estão lutando na guerra.

"-Todas as nacionalidades, trabalhadores e trabalhadores de nosso país devem se unir contra a guerra, e o militarismo."

A declaração do Partido Comunista Grego segue uma linha semelhante :

-“A resposta do ponto de vista dos interesses do nosso povo não está em aderir a um ou outro pólo imperialista. O dilema não é EUA-Rússia ou OTAN-Rússia. A luta da classe trabalhadora e do povo deve traçar um caminho independente, longe de todos os planos burgueses e imperialistas”.

Esta posição tem sido manifesta de uma forma ou de outra por muitos grupos anarquistas, socialistas e comunistas em todo o mundo.

No mínimo parece coerente e adequada para os trabalhadores à primeira vista. Afinal, quem quer arriscar a vida pela classe dominante? Quem em sã consciência mataria outras pessoas de sua mesma classe social, de outras nacionalidades para as elites russa, alemã, estadunidenses ou ucraniana e pior, arriscaria a própria vida no ato de cometer esse crime?

No entanto, toda guerra precisa de soldados que estejam dispostos a lutar e a preparação ideológica correta da população.

-“A guerra é uma matança metódica, organizada e colossal. Para o assassinato sistemático, no entanto, a intoxicação apropriada deve primeiro ser gerada em pessoas comuns. Este sempre foi o método bem estabelecido dos líderes beligerantes”-. Escreveu Rosa Luxemburgo.

Toda nação guerreira diz a seus concidadãos por que eles deveriam morrer por eles em caso de dúvida. E assim uma posição contrária, simples e razoável será denunciada como uma traição à pátria, à liberdade ou à vida humana. E deve-se tornar hegemônico um mito que estimule os súditos a atos heróicos.

A guerra santa por defesa.

Um dos elementos centrais deste mito é que sempre é o adversário quem ataca. A barbárie da guerra é tão flagrante que mesmo os regimes mais reacionários assumem falsamente a narrativa da guerra como último recurso de defesa.

Quando a Alemanha entrou na Primeira Guerra Mundial, Guilherme II abriu o famoso discurso do trono de 4 de agosto de 1914 e enfatizou que era função de seu governo manter a paz por tanto tempo.

-“Durante quase meio século conseguimos permanecer no caminho da paz. As tentativas de acusar a Alemanha de inclinações bélicas e de restringir sua posição no mundo muitas vezes testaram severamente a paciência de nosso povo”,

Ou seja, aparentemente Guilherme queria evitar o “extremo” até o fim, mas agora, "em legítima defesa forçada, com a consciência limpa e as mãos limpas, pegamos a espada”.

Logo antes da Segunda Guerra, imediatamente após a transferência do poder para os nazistas, Hitler fez um discurso de paz bem recebido e alguns anos depois foi "rebatido". Lyndon B. Johnson explicou sobre a Guerra do Vietnã que os EUA estavam travando uma guerra lá contra uma "poderosa agressão" do "expansionismo comunista". E Harry S. Truman liderou as tropas americanas na Guerra da Coréia para conter a "agressão" comunista e preservar a "paz e a segurança internacionais".

Putin também vende a invasão da Ucrânia para sua própria população como um ato defensivo. Em longos discursos, ele explica a natureza preventiva de sua invasão da Ucrânia. O motivo central de suas justificativas são “aquelas ameaças fundamentais que estão sendo dirigidas de forma grosseira e descaradamente ao país russo, ano após ano, passo a passo, por políticos irresponsáveis ​​no Ocidente. E quer dizer com isso, -"a expansão do bloco da OTAN para o leste, aproximando sua infraestrutura militar da fronteira da Rússia”, disse o autocrata russo em sua declaração de guerra de 24 de fevereiro .

Não está errado sobre as intenções dos EUA/Otan. Nesse caso há sim uma motivação. Mas já é consenso, entre os que realmente defendem a paz, que a invasão a Ucrânia foi precipitada.Não foi assim no início da invasão. Todos apoiavam uma consensual reação ao expansionismo militar europeu/norte-americano.

Mas os pensamentos juntos aos fatos vão evoluindo em teses analíticas já divergentes daquelas do início da guerra há 10 dias.

Mas isso "não é agressivo". A Rússia "não vai atacar ou explodir ninguém". Putin faz um discurso no dia em que a Rússia ataca e explode. Porque: “Com uma grande exceção. A expansão da OTAN e a incorporação formal ou informal da Ucrânia na OTAN representam um risco para a segurança do país que Moscou simplesmente não pode aceitar.”

Preparação de guerra como manutenção da paz.

Em contra partida a OTAN/EUA criam guerra de palavras e informação, antecipando a invasão da Ucrânia pela Rússia ou até mesmo a provocando, com o mesmo discurso de manutenção da paz e da tal "Ordem Global".

Essa "Ordem Global" é fundamentada na filosofia de "uma ordem internacional de paz e lei que é garantida pelo Ocidente e que se baseia na igualdade, independência e soberania. O inimigo russo veio para perseguir todos nós que vivemos felizes nesta terra de abundância, e como não temos outra escolha, também devemos agora, com a consciência tranquila, pegar em armas para nos defender. Em primeiro lugar, porque o inimigo tem armas nucleares, só pegamos em armas para as enviar aos verdadeiros defensores da Europa, os ucranianos. O que vem depois, o tempo dirá." 

No caso ligaram o "foda-se".

Há de se questionar o auto engrandecimento do Ocidente, que é apresentado com grande entusiasmo, mas não resiste nem mesmo à uma observação superficial. O mundo não está em um estado pós-imperialista de amizade internacional que só seria desafiado por estados párias. Ainda é determinado pelos conflitos das potências capitalistas, às vezes realizados por meio da economia e do comércio, às vezes por tratados e diplomacia, às vezes pela ajuda ao desenvolvimento e às vezes, mas cada vez mais, por meios militares.

Os EUA, juntamente com aqueles que veem a liderança como a maneira mais segura de sustentar seu modelo de negócios, estão lutando para manter seu domínio herdado no cenário global. Outros, notadamente a China e a Rússia, veem o enfraquecimento do imperialismo norte-americano há muito tempo latente como uma oportunidade para expandir suas próprias esferas de influência. No curso dessa luta, o “Ocidente” invadiu inúmeras “nações soberanas” nas últimas décadas, apoiando golpes e usando sanções econômicas contra eles para torná-los complacentes. Só no caso do Iraque, com mais de um milhão de mortos. No Afeganistão houve algumas centenas de milhares ao longo dos anos, no Iêmen mais de um quarto de milhão. E tivemos a guerra híbrida no Brasil culminada no golpe midiático/jurídico/parlamentar de 2016, entre outras na América Latina.

E o adversário russo, mais capaz de agir “localmente”, tentou esmagar “movimentos democráticos” que lhe eram perigosos nas imediações – mais recentemente no Cazaquistão – ou preservar o regime de Assad na Síria, que era leal a ele. Na Síria em particular, a Rússia tentou outra estratégia que chegou ao fim por enquanto com a guerra atual: a integração da Turquia, que forma o flanco sul da OTAN, em sua própria política de poder imperial.

Tanto para Erdogan quanto para Putin era verdade - e isso foi praticado na Síria - que o poder hegemônico havia dado aos EUA "liberdade" para ambições independentes. Os jogadores com mais apelo regional tentaram explorar isso. Não apenas na Síria, mas também em outros pontos problemáticos – Líbia, a guerra na Armênia – o poder criativo independente dos oponentes do imperialismo norte-americano aumentou gradualmente.

Mas diferente na Europa Oriental. A expansão da OTAN para o leste é obviamente dirigida contra a Rússia (e, a longo prazo, a China), qualquer um que agora esteja negando isso por alguma alucinação precisa apenas ler os documentos de estratégia da própria OTAN. E por que mais ela ainda existe?

Putin rapidamente deixou claro qual seria a resposta da Rússia: apoio à insurgência armada no leste da Ucrânia, anexação da Crimeia. O Ocidente rapidamente deixou claro qual seria sua resposta: fortalecimento dos laços com o Ocidente, perspectivas de adesão à UE e à OTAN, entregas de armas, missões de treinamento, cooperação econômica, acordos comerciais, exercícios militares conjuntos. Ambos os blocos estavam puxando a Ucrânia – taxar isso como “autodeterminação” dos povos, independentemente de qual lado, julga mal todas as dinâmicas de poder político.

Como os Russos não blefam e não estão afeitos a esta prática, depois das cutucadas da Europa e dos EUA no Urso eslavo, inciou-se então a guerra de agressão russa.

A maioria dos observadores teria previsto o reconhecimento das "Repúblicas Populares" como um passo estrategicamente motivado, mas provavelmente não a atual invasão completa da Ucrânia, como o editor da Left Review, Tony Woods , atesta em uma entrevista. “Fiquei surpreso com a decisão russa de invadir, e muitos analistas russos estão tentando reinterpretar seus pontos de vista sobre o regime de Putin. Recebi muitas críticas ao regime de Putin nos últimos vinte anos, mas não achei que fosse fundamentalmente irracional. Agressivo, sim. Todos os tipos de outras coisas, com certeza. Mas fundamentalmente irracional, não. E hoje, apesar de existir todas as motivações para isso, essa invasão me parece fundamentalmente irracional.”

O que podemos esperar é um período de militarização dos conflitos inter imperialistas - e com ele uma intensificação da propaganda necessária para alinhar a população. Mas o que mais nós, como esquerdistas ou pacifistas pelo menos, podemos fazer em tais condições?

Construir um movimento contra a guerra

Pode parecer nada, mas a primeira tarefa é não se deixar enganar pela propaganda. Com uma posição consistentemente anti-imperialista, fica entre o bloco de partidários da invasão russa – presentes na esquerda – e o bloco de torcedores pró-imperialismo ocidental, que pressionam esmagadoramente o debate.

A posição da esquerda antimilitarista (não confundir com pacifista) é marginalizada, mas continua sendo a única que pode perdurar: não há guerra, mas guerra de classes. Esta guerra, como qualquer outra das potências imperialistas, não é nossa guerra, não é uma guerra de libertação e socialismo, mas uma em que as pessoas são enviadas para os respectivos interesses das nações capitalistas para matar outras enviadas pela nação oposta.

O slogan que a esquerda deve popularizar é o da revolução. Não há “ordem de paz” no capitalismo que seja mais do que um equilíbrio temporário de poder que perece na guerra sempre que uma das potências concorrentes vê o momento oportuno.

O manifesto da esquerda contra a guerra não é novo, mas é atual:

-“Trabalhadores! mães e pais! viúvas e órfãos! Feridos e aleijados! Para todos vocês que estão sofrendo com a guerra, nós clamamos: através das fronteiras, através dos campos de batalha fumegantes, através das cidades e vilas destruídas, trabalhadores de todos os países, unam-se!"

Membros do Batalhão Azov fazem uma saudação sieg heil (esquerda); Militares dos EUA com comandantes Azov em novembro de 2017 (à direita)


Famoso como a referência do neonazismo, o Batalhão Azov da Guarda Nacional Ucraniana, recebeu consultores militares americanos e armas de alta performance fabricadas nos EUA.

Em novembro passado, uma equipe de inspeção militar americana visitou o Batalhão Azov na linha de frente da guerra civil ucraniana para discutir logística e aprofundar a cooperação. Imagens do encontro mostraram oficiais do exército americano debruçados sobre mapas com os neonazistas ucranianos, simplesmente ignorando os emblemas de inspiração nazista estampados em suas fardas.

Azov é uma milícia que foi incorporada à Guarda Nacional Ucraniana e foi considerada uma das unidades mais eficazes em campo contra os separatistas pró-Rússia e agora contra o Exército Russo. É amplamente conhecido como um bastião do neonazismo dentro das fileiras dos militares ucranianos que tem sido criticado por em todo o mundo e são ligados a uma rede fascista internacional.

De acordo com uma publicação alemã de esquerda, Azov mantém uma organização semi-oculta chamada “Misanthropic Division” que recruta maciçamente entre as fileiras de jovens neonazistas na França, Alemanha e Escandinávia. 

Os combatentes estrangeiros recebem a promessa de treinamento com armas pesadas, incluindo tanques, em campos ucranianos lotados de fascistas semelhantes. Eles ainda incluem veteranos militares como Mikael Skillit, um ex-atirador do exército sueco que se tornou voluntário neonazista para Azov. “Depois da Segunda Guerra Mundial, os vencedores escreveram sua história”, disse Skillit à BBC. “Eles decidiram que é ruim dizer que sou branco e que tenho orgulho disso.”

Os Voluntários estrangeiros da Azov são atraídos pelo chamado da “Reconquista”, que é a missão de colocar as nações do leste europeu sob o controle de uma ditadura supremacista branca modelada após a ditadura nazista do Reichskommissariat que governou a Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial. 

A missão é promovida efusivamente pelo principal ideólogo de Azov, Andriy Biletsky, um veterano fascista que lidera a Assembleia Nacional Social no parlamento da Ucrânia. A assembléia de Biletsky prometeu proibir as relações inter-raciais e prometeu “preparar a Ucrânia para uma maior expansão e lutar pela libertação de toda a raça branca da dominação do capital especulativo globalista”.

Enquanto mobiliza a juventude racista em toda a Europa, e contadno com a maioria absoluta do povo ucraniano, a Azov também conseguiu promover um intenso relacionamento de boa convivência com os militares americanos. 

Em uma foto postada no site de Azov em novembro passado, um oficial militar americano pode ser visto apertando a mão de um oficial de Azov cujo uniforme foi estampado com o emblema de Wolfsangel de inspiração nazista que serve como símbolo da milícia. 

A pergunta é: Os EUA/OTAN tem um plano de expansão e hegemonia mundial que inclui o modelo de ditaduras fascistas com perfil nazista? As imagens destacaram um relacionamento florescente entre militares americanos e a Azov, que tem sido amplamente conduzido em segredo, mas cujos detalhes perturbadores estão surgindo lentamente.

Embora Washington não tenha embarcado em nada na Ucrânia como o programa de treinamento e equipamento de bilhões de dólares que implementou na Síria para promover a mudança de regime por meio de uma força substituta dos chamados “rebeldes moderados”, há semelhanças claras e perturbadoras entre os dois projetos. 

Assim como as armas pesadas ostensivamente destinadas ao Exército Sírio Livre, apoiado pela CIA, foram direto para as mãos das forças insurgentes salafistas-jihadistas, incluindo o ISIS , as armas americanas na Ucrânia estão fluindo diretamente para os extremistas de Azov. E mais uma vez, em sua determinação obstinada de aumentar a pressão sobre a Rússia, Washington parece disposto a ignorar as orientações políticas inquietantes de seus representantes da linha de frente.


Ou seja, o Departamento de Estado e a (des)inteligência americana não aprenderam nada com a Al Qaeda, o Taleban, o Isis, e agora a Azov. Hegemonia a qualquer preço, violando tratados e soberanias, gerando derramamento de sangue de milhares, destruindo país e suas economias, assassinando governantes e generais, etc. etc.

Nos últimos meses, um amplo espectro de observadores da guerra civil ucraniana documentou a transferência de armas pesadas feitas nos EUA para o Batalhão Azov e bem debaixo do nariz do Departamento de Estado dos EUA. Na verdade, talvez tenha sido uma orientação do Próprio Deparamento de Estado.

Mais uma vez, os EUA estão criando cobras venenosas. Só que desta vez, procuram atingir uma potência militar e nuclear, que em vários setores da tecnologia de guerra,  está bem a frente do Pentágono.

E nesse caso, o tiro pode sair pela culatra, ou seja, um míssel nuclear por cair bem nos jardins da Casa Branca.

Eliseu Mariotti


 


Aroeira - Brasil 247

A guerra é o caos violento em um nível que a maioria dos povos não conseguem compreender. Mas ainda mais violentos são aqueles que a provocam manipulando peças menores no xadrez global sem empunhar uma arma sequer.

A Europa e os EUA se escondem atrás de envio de armas, colocando mais gasolina na fogueira, manipulando um líder extremista que consegue ser mais burro do que Bolsonaro, para atingir uma potência, uma das duas que conseguem enfrentar a Otan, aliás, uma aliança que não tem mais nenhum sentido em existir, já que não tem qualquer motivação econômica.

Tudo que o o Ocidente busca é um imperio hegemônico global, só que não contavam com a aliança entre a China e a Rússia quando entraram em campo, primeiro com o golpe na Ucrânia em 2014, depois com a ingerência nas manifestações de Hong Kong em 2019/2020. Mas a China não deixou por menos e calou os manifestantes manipulados pela guerra híbrida estadunidense e a Rússia com a invasão da Ucrânia vai terminar com o que essa mesma guerra híbrida começou em 2014.

Essa guerra não está começando, porque ao contrário do que muitos pensam, ela simplesmente está terminando. E quem a está terminando é a Rússia.

A ladainha do momento, dos analistas e redações ocidentais, inclusive do Brasil, é que a “invasão” da Ucrânia é injusta e que “Putin não vai parar por nada agora” em sua chamada busca para retomar os países do antigo bloco soviético. Balela! A Rússia não quer resgatar um bloco extremamente custoso e altamente turbulento.

É impressionante a "desmemorização" da mídia ocidental com relação aos mísseis nucleares que, em outubro de 1962, a então União Soviética de Krushev, pretendia instalar uma base militar de Cuba. Kennedy não aceitou e houve o famoso bloqueio naval por parte da Marinha estadunidense, de modo que o Bloco comunista recuou e a guerra foi evitada.

A diferença hoje, é que a Otan, usando a Ucrânia por meio de seu governante neonazista, e que foi convencido pelos americanos, a instalar uma base da Otan as portas do Urso eslavo, não recua de suas intenções.

E cutucaram tanto o urso adormecido que ele despertou com um rugido que assusta o mundo neste momento. Até o perigo nuclear ressuscitou entre as cinzas dos cogumelos no horizonte de Hiroshima e Nagasaki.

A ingerência da Otan, Europa e Estados Unidos na Ucrânia é tão absurda, que nem Israel, tradicional aliado do Ocidente, apoia as sanções impostas contra Putin. Simplesmente , porque a Ucrânia hoje está nas mãos de nazistas!

Com essa narrativa idiota e cega da mídia ocidental, poucos se preocupam em olhar para a história e as nuances do que aconteceu nos últimos anos que provocaram tal reação de Putin.

As redações ocidentais ainda tentam nos iludir sobre a Ucrânia, simplificando e distorcendo os fatos, simplesmente para que possam continuar com seu trabalho de produzir a agenda de Washington, e que lhes dá uma osso de vez em quando como recompensa.

A chamada “revolução” na Ucrânia é sempre relatada como uma vitória para o Ocidente, pois a “democracia” finalmente matou os poderes malignos da influência soviética, pois a última é sempre pintada como corrupta e nociva para a ordem global. Só que o Ocidente, a despeito do seu maléfico plano de uma ordem global sob seu controle, está apoiando uma Ucrânia nazista!

Apesar disto, há vozes suficientes na mídia alternativa, que chamam o que aconteceu na Ucrânia de 2014, como um golpe de estado apoiado pelos EUA e agora, Zelensky como o novo idiota útil do Ocidente.

Até mesmo o Los Angeles Times , poucos dias antes da invasão, pintou um retrato do novo presidente como um cretino quase inútil disfarçado de herói político que havia perdido um colosso de capital político nos últimos meses, quando as tensões com a Rússia começaram a ser sentidas.

O cruel da guerra é que a Verdade geralmente é a primeira vítima quando as armas começam a pipocar.

E quanto as promessas de apoio do Ocidente ao governo Zelensky? O idiota útil estava crente que haveria tropas da Otan para dar suporte a suas pretensões de ser uma potência neonazista no leste, mas na realidade recebeu apenas um suporte de quantias relativamente pequenas de dinheiro e equipamentos militares.

A OTAN enviará um soldado que seja à Ucrânia para combater os soldados russos? Algum estado membro da UE ou dos EUA fará o mesmo? Eu não consigo visualizar esta possibilidade.

A águia não enfrenta o urso.

E exatamente por este motivo, podemos ver a tensão no rosto de Zelensky em suas postagens nas mídias sociais e sua raiva em relação a Washington, à OTAN e à UE. É tão burro e ingênuo, quanto inescrupuloso. Na mesma medida.

E seguindo o script não escrito, a credibilidade do Ocidente caiu, e sanções são tudo que eles tem, e com certeza isso não vai parar a Rússia.

Esperemos que os próximos capítulos desta guerra sejam cirúrgicos e decisivos, porque uma coisa é certa: as guerras são cruéis, não só no leste da Europa, mas na Palestina, no Iêmen, na Somália, na Líbia, no Líbano, na Síria, no Afeganistão, no Iraque e com certeza, o povo mais fraco e indefeso, são os que não conseguem realmente processa-las.

As vítimas são incontáveis, e os vencedores, cada vez menos são reais.

Eliseu Mariotti

Uma Imprensa descomprometida com acobertamentos e contra informação no segmento da Ufologia, só pode ser considerada atuante dentro do espectro democrático como o canal I24 News com sede em Israel e com filiais em mais 3 países.
Esta entrevista deste canal de TV com a sobrinha de Sitchin, Janet Sitchin, falando sobre sua pesquisa e o novo documentário sobre disponível no site dos Arquivos de Sitchin destrinchando sua sua vida .
Por mais de 50 anos, Zecharia Sitchin, estudioso da Bíblia e historiador do oriente próximo, dedicou sua vida à Suméria e provou a ligação entre os seres humanos e os Nefilins, os Gigantes, mencionados no livro do Gênesis. A pesquisa de Sitchin os identifica como antigos alienígenas, conhecidos como Anunnaki, que vieram à Terra do planeta Nibiru.
Sicthin sempre foi acessível, conversei com ele por 7 e-mails trocados, quando ele estava em Nova Iorque, senão me engano há uns 14 anos atrás, e ele estava produzindo o que parecia ser o último livro de Crônicas da Terra que falava sobre a Era de Peixes e Jesus Cristo.
Vou encontrar estes e-mails e produzir algumas matérias aqui no grupo.
Um erudito sério, versado em várias línguas e dialetos da antiguidade, especializado em sumério e hebraico antigo, e que dedicou uma vida inteira a pesquisa e investigação das tábuas sumerianas, fugindo das convenções acadêmicas e mostrando que os considerados mitos antigos, eram na verdade registros históricos dentro dos recursos interpretativos de cada época.
Considero a coleção Crônicas da Terra, um dos mais importantes trabalhos sobre Arqueologia Ufológica e sobre a Teoria dos Antigos Astronautas.
O trabalho dele é inquestionável nas suas traduções e caráter científico, podendo sim haver erros e exageros de origem nas próprias tábuas por causa das limitações culturais e tecnológicas dos próprios escribas à época.
Se Nibiru existe ou mesmo se o nome é correto? Pode ser que sim , pode ser que não.
Mas fato é que na cosmo gênese sumeriana, há comprovação dos cataclismos cíclicos por que o planeta Terra passa desde a sua existência, terminando e iniciando eras e exterminando raças e civilizações, provocados por entidades planetárias extraterrenas, de dentro do sistema solar ou fora dele.
Até mesmo a Ciência tradicional já comprovou que o nosso planeta foi formado após a destruição de um outro. E isso considero como verdade absoluta.
Há inclusive no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, um pequeno núcleo de pesquisas voltado pra esse tema específico. Publicarei na medida do possível algumas teses do INPE que abordam esse eterno loop existencial em que nosso planeta vive.
O vídeo da entrevista abaixo no canal da TV israelense i24 News está em inglês, estou sem tempo pra botar legendas traduzidas para o português.

LINK PARA ASSISTIR O VÍDEO:
https://youtu.be/YKtgpfwcgsM SITE DOS ARQUIVOS DE SICTHIN https://thesitchinarchives.com/